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sexta-feira, 30 de março de 2012

A loucura do Agrotóxico no Brasil.

Padre João na greve dos professores mineiros.
A batalha contra a intensa utilização de agrotóxicos no país ganhou também o Congresso Nacional. No final de 2011, a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados aprovou um relatório que revela os riscos desses venenos para a saúde humana e ambiental. Após mais de seis meses de trabalho de investigação e de escuta de todos os setores envolvidos na produção, comercialização, utilização e pesquisa dos agrotóxicos, a subcomissão criada especialmente para estudar o tema concluiu que o ideal é que esses produtos parem totalmente de ser usados na agricultura do país. O deputado Padre João (PT-MG), autor do relatório, conta, nessa entrevista, as falhas que os parlamentares encontraram na legislação brasileira, as contradições nos discursos dos defensores dos agrotóxicos e as alternativas ao uso desses venenos, vistas de perto pelos deputados. 

O relatório da subcomissão especial sobre o uso de agrotóxicos e suas consequências à saúde aponta que quando se fala de substâncias tóxicas, como os agrotóxicos, não há como suprimir o risco envolvido na utilização desses produtos, apenas reduzi-lo a níveis aceitáveis. O Brasil hoje utiliza agrotóxicos de forma a reduzir os riscos a níveis aceitáveis?
Padre João - Infelizmente não. E esse é um aspecto muito delicado, porque estamos falando de algo que está sendo ingerido junto com nossa alimentação. Não temos o controle sobre o uso dos agrotóxicos nem na produção, nem na comercialização, muito menos na utilização desses venenos, que é feita intensamente no campo e até mesmo nas cidades, onde existem as tais capinas químicas (método de controle da vegetação com o uso de agrotóxicos). Então, os agrotóxicos atingem diretamente o campo e a cidade e, indiretamente, toda a população brasileira na forma de resíduos nos alimentos.

Qual a dimensão do risco que a população brasileira está correndo?
Padre João - Infelizmente somos os campeões no consumo de agrotóxicos, e esse título não gostaríamos nunca de carregar. Levando-se em conta toda a América Latina, 80% de todo o agrotóxico é consumido aqui no Brasil, apesar de haver outros países vizinhos com produção agropecuária, como a Argentina. Trata-se de um grande problema que nós temos no dia-a-dia e a população não tem clareza desse risco. O pessoal do agronegócio e, infelizmente, alguns setores da academia insistem em dizer que não há problema em utilizar agrotóxicos. Mas precisamos pensar: recomendamos às pessoas que comam frutas, porque elas têm miligramas de vitaminas e nutrientes. Apesar de serem pequenas partículas dentro de uma fruta, esses nutrientes são importantes para o organismo. Uma laranja, por exemplo, tem alguns miligramas de vitamina C. É algo pequeno, mas isso tem efeito positivo para a saúde das pessoas, mesmo que seja a médio e longo prazo. Agora, quando pensamos em termos de resíduos dos agrotóxicos, também estamos falando de partículas pequenas que são consideradas toleráveis. Porque vamos acreditar que, após 30, 40 anos de ingestão, esses resíduos não causam impacto negativo em nossa saúde, da mesma forma que os miligramas de nutrientes das frutas exercem impacto positivo? É um absurdo a própria academia insistir na tese de que há níveis toleráveis de agrotóxicos e que essas quantidades não têm efeito negativo em nossa saúde, se nós ingerimos alimentos com diversos tipos de agrotóxicos e tudo isso se reúne em nosso organismo.

O relatório fala das dificuldades em comprovar a relação entre o uso de agrotóxicos e o surgimento de doenças, apesar de várias evidências. A subcomissão realizou uma ausculta pública na cidade de Unaí (MG), onde são diagnosticados cerca de 1.260 casos de câncer por ano em cada 100 mil pessoas, enquanto a média mundial não ultrapassa 400 casos. Ainda são necessárias novas evidências da relação de causa e efeito entre o uso de agrotóxicos e doenças como o câncer e outras?
Padre João - Nós temos algo bem evidente. Vimos situações, sobretudo no Noroeste de Minas Gerais, na região de Unaí, de pessoas que perderam um rim. Quando essa intoxicação por agrotóxicos é direta ou aguda, ela apresenta um efeito nítido que provoca a perda do rim, além de problemas na pele e outras doenças. Mas o grande problema são os efeitos a médio e longo prazo, sobretudo para quem tem essa convivência ainda maior, embora todos nós sejamos atingidos quando ingerimos os alimentos. Os defensores dos agrotóxicos insistem em dizer que não existe essa relação entre esses venenos e as doenças, mas isso ficou muito claro para nós da subcomissão nas regiões onde há utilização em grande escala e muito concentrada dos agrotóxicos, como no Noroeste de Minas Gerais, na região do Jaíba (Norte de Minas Gerais), em Lucas do Rio Verde (GO), em Mato Grosso e em Petrolina (PE). Está claro que o índice de câncer nessas regiões está muito maior do que o índice mundial, então, o nexo causal é muito evidente. Outro grande problema que percebemos é que existe um lobby muito forte sobre os próprios profissionais de saúde para que eles não registrem os casos de intoxicação. Temos depoimentos do Leste de Minas Gerais informando que uma pessoa morreu intoxicada por agrotóxicos em uma lavoura de café, e no atestado de óbito constou como infarto.

É possível que haja responsabilização criminal em casos como esse?
Padre João - É importante destacar que se trata de um crime. Por isso, temos propostas de projetos de lei e, entre eles, um projeto que tipifica essa subnotificação do profissional de saúde como uma infração sanitária grave. A punição recairia, nesse momento, sobre o profissional de saúde porque é dele que parte a prova. Daí, seria desencadeada uma série de outros processos, mas, sem essa prova, ficamos nesse dilema. Então, a raiz do problema é a subnotificação. Se reduzirmos isso, vamos ter dados precisos e poderemos envolver todos os responsáveis – o proprietário da lavoura, quem vendeu o agrotóxico sem orientação, as empresas produtoras. Hoje, temos um quadro de subnotificação generalizada. Infelizmente, falta capacitação para os médicos e enfermeiros.  Apenas agora, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), junto ao Ministério da Saúde, fará a capacitação com formação à distancia para cerca de 400 profissionais de saúde. A previsão é que essa formação seja ampliada a cada semestre, mas ainda assim falta capacitação na própria academia, na grade de formação dos cursos dos profissionais de saúde.

Após a conclusão dos trabalhos da subcomissão é possível avaliar se a legislação brasileira é muito permissiva aos agrotóxicos ou se o problema está mesmo no descumprimento da legislação vigente?
Padre João - Ela é permissiva no que diz respeito aos incentivos, como a isenção de impostos. Há uma política de incentivo ao uso de agrotóxicos baseada na tese do abastecimento, do Brasil como celeiro do mundo.  Com uma visão muito equivocada de segurança alimentar, como se segurança alimentar fosse apenas quantidade e não visasse também qualidade, essa tese leva a essa quantidade de isenções. Por outro lado, as legislações que existem sobre pulverização aérea, por exemplo, e o próprio receituário agronômico não são cumpridas e não há uma fiscalização. O aparato fiscalizador do nosso país chega a ser ridículo. Temos 90 técnicos capacitados para isso, somando os profissionais da Anvisa, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Ministério da Agricultura e Pecuária. E dentro desses 90, menos de 50 efetivamente fiscalizam. Isso para um país continental, onde a agricultura e a pecuária são muito fortes, não é nada, não dá para atender nem uma unidade da federação. Então, temos que aprimorar a legislação. Por isso, o próprio relatório traz algumas propostas e ainda estamos estudando outras, porque se viessem todas no bojo do relatório nós teríamos problemas para aprová-lo por causa do lobby que existe também no próprio Congresso. Mas nada adiantará se não estruturarmos esse aparato fiscalizador, seja do Meio Ambiente – e aí seria o Ibama e a Agência Nacional das Águas (ANA), que não tem nenhum controle e nenhuma informação sobre a contaminação das águas pelos agrotóxicos -, seja da Saúde, com a Anvisa e também no campo da saúde do trabalhador, além do próprio Ministério da Agricultura e Pecuária.  Os fiscais do Ministério do Trabalho não têm nenhuma capacitação para lidar com a contaminação dos trabalhadores e a qualidade de vida deles em relação aos agrotóxicos. Também em relação à fiscalização, sugerimos que o receituário agronômico tenha cinco vias, ao invés das duas que possui atualmente, de maneira que uma via seja enviada obrigatoriamente para os governos dos estados e outra para o governo federal. Já existe uma lei sobre a necessidade do receituário, mas ela não foi bem regulamentada e, por isso, estamos propondo novos projetos de lei, para que a fiscalização funcione de fato e possamos penalizar quem se omitir nas informações.

No relatório, a subcomissão observa também que, apesar dos riscos, as autoridades brasileiras acreditam que os benefícios advindos dos agrotóxicos na produção agrícola superam os malefícios. Como superar esse pensamento?
Padre João - Esse pensamento está no bojo dessa tese: ‘agora chegaremos a 7 bilhões de seres humanos, então, temos que produzir alimentos e não há como produzir hoje sem agrotóxicos’. E isso não é verdade. Se, de um lado, a maioria pensa assim, tem outra parte que pensa diferente e já vem, na prática, buscando a superação do uso dos agrotóxicos. Durante as audiências públicas e as visitas, fizemos questão de ir também em áreas de produção orgânica, que estão produzindo com qualidade e regularidade e cuja produção hectare/ano está superando aquelas que utilizam os agrotóxicos, até em produções como a de cana-de-açúcar. Recebemos proprietários de grandes usinas, que estão produzindo mais de 120 toneladas hectare/ano de cana, em uma média de 100 hectares. Visitamos também a fazenda Malunga, no entorno de Brasília, e pudemos constatar a produção em grande escala que é feita lá, com mais de 100 trabalhadores, produzindo sem agrotóxicos. Então, esse pensamento das autoridades brasileiras é consequência de uma cultura que veio ganhando espaço através das universidades desde a década de 1970, com a superação das sementes criollas, tudo muito bem montado pelas multinacionais. São as mesmas empresas que já conhecemos, como Monsanto, Syngenta e Dow, cuja força nas universidades desde a década de 1970 violentou a agricultura tradicional e familiar, levando a uma ruptura cultural violenta. As próprias empresas de assistência técnica também ficaram reféns dessas multinacionais dos agrotóxicos. Eu não estava no Congresso na legislatura passada, mas nossos deputados e senadores foram enganados quando aprovaram os transgênicos, com o discurso que iriam reduzir o uso dos agrotóxicos. Essa era a tese do agronegócio, uma mentira. Hoje, dobramos o consumo de agrotóxicos e, mesmo quem produz transgênicos, precisa utilizar agrotóxicos e em grande escala. Enganaram o Congresso.

Que políticas públicas seriam necessárias para que outro tipo de agricultura fosse potencializada no país?
Padre João - Nós já fizemos algumas recomendações ao governo federal, reforçamos, por exemplo, a necessidade de avançar na pesquisa e na assistência técnica para a produção agroecológica porque quando dizem não dá para produzir sem veneno, na verdade, o que falta é assistência técnica porque toda a assistência e toda a pesquisa estão voltadas para a produção com agrotóxicos. É lamentável quando visitamos algumas áreas e os próprios agricultores estão fazendo experimentos sem o uso de agrotóxicos.. Não cabe ao agricultor fazer experimentos, cabe ao Estado Brasileiro propiciar isso através das empresas de pesquisa e garantir ao agricultor uma assistência técnica para dar segurança para aquele investimento que ele está fazendo. É lamentável que apenas 22% dos produtores rurais do país tenham assistência técnica. Outro dado importante é que em algumas áreas rurais os índices de analfabetismo chegam a 25%. Então, um público com alto percentual de analfabetismo, sem assistência técnica, está lidando com veneno no dia-a-dia. São trabalhadores e trabalhadoras reféns dessas multinacionais. Por isso, além de avançar na assistência técnica, temos também que aumentar os impostos para essas empresas, porque trazem prejuízos à saúde, ao Sistema Único de Saúde (SUS), à Previdência Social,. São muitos trabalhadores obrigados a se aposentar de maneira prematura. Portanto, os agrotóxicos trazem grande prejuízo para o povo brasileiro e, ainda assim, recebem incentivos. Temos que dar incentivo é para a produção agroecológica, que produz alimentos que garantem saúde e vida para o povo. Infelizmente, a produção agroecológica não tem incentivo.

A Revista Veja publicou recentemente uma matéria com o título ‘A Verdade sobre os agrotóxicos’. A publicação diz que esses produtos não representam riscos à saúde. Além disso, utilizando como fonte o coordenador geral de agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel, a revista afirma que o registro dos agrotóxicos no país é muito caro. O que o relatório aponta sobre isso?
Padre João - Essa matéria da Veja não me espanta. É ridícula e não corresponde à realidade da vida, dos trabalhadores do campo e do povo brasileiro. O valor pago pelo registro no Brasil é irrisório se compararmos com o custo doregistro nos Estados Unidos, por exemplo. Inclusive, estamos com projetos para aumentar o valor da taxa, tanto para o registro, quanto para a avaliação. E exigimos também a reavaliação dos agrotóxicos a cada cinco anos. Atualmente, o produto fica registrado por um tempo indeterminado e não tem acompanhamento dos riscos para determinar se ele precisa ser retirado ou não do mercado.

O relatório apresenta também dados sobre a destinação final das embalagens dos agrotóxicos. Qual a dimensão desse problema?
Padre João - Esse é um problema muito grave. Os dados que as empresas apresentaram de retorno das embalagens vazias de agrotóxicos não correspondem à verdade. O Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), fundado pelas próprias empresas, trabalha com um número bem menor do que o total das empresas de agrotóxicos no Brasil. Eles trabalham com menos de 100 empresas, e, no total, são 136 com registro no país. Outro problema sério é quando o estabelecimento comercial obriga o agricultor a assinar um termo de compromisso que o responsabiliza pela entrega da embalagem no posto de recolhimento estipulado pelas empresas. Muitas vezes, esse posto está distante 300 quilômetros da propriedade rural. Tem estado com apenas um posto de coleta. Então, é algo totalmente precário, recolhem o mínimo e insistem que coletam 94% das embalagens. E essa embalagem não coletada é reutilizada na própria lavoura, como eu disse anteriormente, pelo problema do analfabetismo e da falta de orientação. De forma inocente, as pessoas reutilizam as embalagens para uso doméstico, em currais, e até para armazenar alimentos.

Outro apontamento do trabalho da subcomissão é uma maior integração entre os setores responsáveis pela fiscalização dos agrotóxicos e os órgãos estaduais. Mas sabemos que há um pensamento predominante de defesa do agronegócio e de métodos deste modelo de produção que tem se mostrado prejudiciais à saúde humana e ambiental. Como potencializar a fiscalização dos agrotóxicos diante desse quadro de governos que defendem as práticas do agronegócio?
Padre João - Só vamos ter essa realidade quando a população tomar consciência de que ela está sendo envenenada a cada dia. Nesse sentido, eu saúdo o cineasta Silvio Tendler que, com o filme ‘O Veneno está na mesa ‘, aborda essa realidade. A população é tem que criar essa consciência coletiva e dar um basta. Não dá para esperar isso dos governos e dos políticos porque essas empresas também financiam campanhas políticas. No próprio Congresso, a maioria está em defesa do agronegócio, que não abre mão da utilização de veneno na produção de alimentos. E é lamentável quando temos uma mesma empresa que mata o povo com uma mão e dá o remédio com a outra. A Bayer, por exemplo, ao mesmo tempo que fabrica venenos, também produz medicamentos.Essa legislação precisa ser revista com urgência.

A conclusão do relatório aponta que o ideal seria o banimento total dos agrotóxicos e que isso pode acontecer a médio e longo prazo. De que forma isso pode ser feito?
Padre João - Eu não posso dizer que essa mudança será em 10 ou 20 anos, mas acredito e vou lutar por ela. Quem diria que a Alemanha daria um basta à energia nuclear, com a meta de em 2020 não ter nenhuma usina nuclear funcionando? E justo em um país que não tem disponibilidade solar e de recursos hídricos, mas está criando condições para ter energia renovável. Eu acredito que um país como o nosso, com terra fértil, água e com tantos experimentos bem sucedidos na produção agroecológica, conseguirá alimentar não só os 200 milhões de brasileiros, mas dar uma grande contribuição para todos os outros continentes na produção de alimentos que vão garantir saúde e vida para o povo. Hoje, a grande produção está enganando a população, porque a pessoa compra pimentão, mas está comprando pimentão mais veneno. E muitos ainda não têm a clareza de que não basta apenas lavar o alimento. Isso retira apenas o resíduo externo, não o veneno, que está impregnado no alimento. Precisamos de uma posição do governo federal, junto com o Congresso, para banir de vez a utilização de agrotóxicos. Por isso, é urgente avançarmos na pesquisa e na assistência técnica para produção agroecológica. As indicações da subcomissão já foram encaminhadas aos diversos setores do poder público. Agora, iremos trabalhar cada uma delas fazendo gestões nos ministérios para os quais foram feitas as recomendações, além da Secretaria Geral da Presidência da República e da Casa Civil. O que nos alegra é que o próprio secretário geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, cultiva uma produção agroecológica em seu sítio e tem essa consciência. Esperamos buscar dentro do próprio governo pessoas que tenham essa consciência e possam entrar nessa luta. A Fiocruz, a Anvisa, algumas universidades que já estão comprometidas, os movimentos sociais, todos são estratégicos. Temos que unir o campo e a cidade para criarmos as condições para a superação do uso de agrotóxicos, já que nossa vida depende do que comemos e bebemos.

Material enviado ao UPV  pelo amigo Adriano Versiani.  
(*) Entrevista publicada orginalmente na Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio e pelo Fazendo Média.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Os apressados comem crú. (Estou com gastrite...!!!).

Engana-se quem acha que só com partidos de esquerda, governa-se o Brasil, não há a menor possibilidade disso, nesse país, há forças, ultraconservadoras (DEM), conservadoras (PSDB. PPS, PSD), de centro-direita (PV, PR, PMDB etc.), de centro-esquerda (PSB, PMDB (parte deste), PT(parte deste) etc.) de esquerda (PT, PDT, PC do B etc.) e ultraesquerda (PSOL, PSTU etc). Com um arco político deste porte representando a sociedade brasileira, fica impossível um partido somente, no caso o PT, à nível nacional, governar o Brasil, então torna-se necessário a composição de alianças; Lula entendeu bem o processo, conseguiu sobreviver e governar, somente com uma aliança enorme de partidos, Dilma faz o mesmo!

Partidos fisiológicos existem em qualquer lugar do mundo; o PMDB e o PSD representam isso de forma bem clara por aqui, se isso é bom, claro que não é, porém foi a forma, talvez a única, que Lula encontrou para governar e tocar os projetos sociais, econômicos e estruturais do Brasil. Pode até parecer retrógrado, porém é o meio mais democrático e possível de se conduzir um país com tamanha diversidade de opiniões como o Brasil, o que falta é transparência e controle, na distribuição de cargos e repasse de verbas para emendas. Tudo se resume à isso, transparência e controle de verbas.

O Brasil é um país de pluralidade étnica e cultural, porquê não haveria de ser também na política?

Não somos moldados para ter somente dois partidos, como nos EUA, muito menos parlamentarista como na Inglaterra, temos é que aperfeiçoar nosso sistema próprio de governo, tornando-o mais transparente, menos corrupto, esse é o ponto!! Isso é democrático!
O que Dilma faz com a imprensa, vai nesse sentido, porquê haveria ela de comprar uma imensa e desnecessária briga com a mídia conservadora, se ela representa uma parte, embora pequena, da população brasileira? Porquê não utilizar essa mesma mídia, corrupta, tendenciosa e perigosa, como um depurador? Ela sabe que surfou na popularidade Lula nos primeiros meses de seu governo, porém, agora, ela tem identidade própria e se sustenta na própria popularidade, que vai sendo aprovada desde das classes C, D até às elites B e A, ou seja, a classe média aprova seu método de governo e a mídia conservadora não tem como ir contra esse movimento! 

A mídia sabe que Dilma vai moldando sua identidade eleitoral, como gestora competente e que não compactua com o mau feito, deixar cair ministros indicados por ela, peitar o congresso fisiológico, somente irá reforçar essa imagem, e a mídia sabe disso, tanto que estão em pânico, tentando gerar instabilidade com denuncias como as do Fantástico, tentando também encobrir, desse modo, seus aliados Carlinhos Cachoeira, Demóstenes Torres (DEM) e Marconi Perillo (PSDB); isso está evidente, quando ela, a Rede Globo, atirou no próprio pé na semana passada com a denuncia contra a Toesa, alida de Demos e Tucano, como J. Serra e Kassab, isso é desespero de quem vê que a tática do denuncismo de 2011 não funcionou, e ao contrário, fortaleceu Dilma!

O que seria pior, Dilma, atacar e tentar calar a impresa com uma lei de médios, e ter sua imagem associada (seria inevitável!) ao autoritarismo e censura, ou, utilizar essa mesma mídia conservadora (Prefiro um milhão de vozes críticas ao silêncio das ditaduras!) para depurar seu governo, colhendo os bons frutos da ética e da moralização política, que vai virando a marca de seu governo (Dilma diz que seu legado será a profissionalização da gestão pública!), o quebra-cabeça vai se encaixando!!!

Daí vem a afirmação de Lula que: Dilma é um animal político!

quarta-feira, 21 de março de 2012

Resoluções do PT

PT prorroga prazo de realização do PED Extraordinário.
Comissões provisórias tem até o dia 15 de abril para eleger dirigentes e disputar eleição municipal.

A Comissão Executiva Nacional do PT, reunida na quinta-feira (15), em Brasília, prorrogou até o dia 15 de abril deste ano o prazo de realização do PED Extraordinário, o PEDEX. Até lá todas as comissões provisórias em todo o País deverão realizar eleições para criar os diretórios municipais, sob a pena de não poder participar da disputa eleitoral de 2012, conforme decisão do IV Congresso Nacional do PT.

Em entrevista à TVPT, o secretário nacional de Organização, Paulo Frateschi, dá mais detalhes sobre o tema e aborda a questão da apresentação de proposta de apoio a candidaturas de outros partidos para a disputa eleitoral deste ano.
Confira abaixo a íntegra da entrevista.

(Jamila Gontijo - Portal do PT)

sábado, 17 de março de 2012

Todas as possibilidades da terceira via.

Com as duas candidaturas situacionistas definidas, Branquinho e Delvito, fica mais fácil visualizar o ambiente político-eleitoral unaiense. Por que coloco o Delvito no campo situacionista? porque ele se insere no mesmo expectro político-organizacional do Branquinho: Base do governador Anastasia e linha de frente do Aécio, tanto é que descartou o PMDB por ele não se inserir neste roll. Para compor a terceira via temos o PMDB, o PT, DEM e o PP. Mais consistência político-partidária é impossível. 

Dentre os quatro partidos temos também quatro pré-candidatos, a saber: Romualdo, Pe. Simão, Valdivino e o Hélio Machado à espera de sua oportunidade e de seu reconhecimento como aliado fiel e leal. Se todos são prés à prefeito devam ser também à vice. Então temos 12 (doze) probabilidades de composições. Para cada pré-candidato à prefeito há três prés-candidatos à vice: 4X3=12. 

Alguém pode dizer que estou querendo criar dificuldades para justificar uma saída pela tangente. Só que não estou criando nada, é realidade, é fato, os nomes estão colocados e então como decidir sem criar susceptibilidades entre os preteridos? Adianto uma facilidade: O PT não será e nem terá o Valdivino como vice. Explico. Nada de pessoal, ele é um dos maiores amigo nosso; só que achamos uma chapa com ele e o Padre Simão ficará muito leve, muito nova e ficará vulnerável ao "sopro do lobo mau." Já diminuiu a conta, as probabilidades. 

O que precisamos e urgente é de "trancar" os quatro presidentes destes partidos e só soltá-los quando chegarem à equação necessária para a formação desta chapa. Ou digam para todos que não foi possível e que cada um seguirá seu caminho. Mas é preciso esta sentada e logo! Não precisa de pesquisa para esta decisão, todos são por demais conhecidos e o cenário político está cristalino, é unir e vencer. 

Esta chapa virá com no mínimo três chapas de vereadores, noventa cabos eleitorais qualificados trabalhando diuturnamente para o sucesso do grupo. Será, portanto, uma empreitada cara, uma logística para especialista; com esta união Unaí estará pronta para receber o palácio do planalto na campanha. É como disse o Zé Braz em encontro com o PT: É mandar fazer o terno. Com a terceira via concretizada, alguns partidos que estão com o Branquinho virá conosco e o que não devemos é dilapidar a coligação do Delvito, ela é importante para o processo eleitoral de Unaí.

Aproveito o momento para tocar em um assunto que todos só falam em off: é a candidatura do Romualdo. E por que eu só o trato de Romualdo e não de DR. Romualdo? Quero deixá-lo mais leve e este AR de DR. o deixa muito sisudo, pesado e inacessível. Não dá  para o pré-candidato Romualdo ir à feira de terno e gravata, tomar caldo de cana  com pastel segurando com as pontas dos dedos e preocupado com os respingos no terno; fica parecendo o FHC montando em Jegue. 

O Romualdo é uma das maiores reserva ética, moral e coerência política de Unaí. Mas todas as  pessoas com estes atributos são tímidas, secas e de poucos causos; não tem em torno de si rodas de pessoas a ouvir suas histórias e dar gargalhadas. Elas são pessoas da verdade e a verdade é seca, rápida e muitas vezes sem graça. A candidatura do Romualdo me lembra muito a candidatura do Márcio Lacerda à prefeitura de BH em 2008, porque eles são muito parecidos e possuidores dos mesmos atributos. Como foi difícil convencer o eleitorado de BH a votarem no atual prefeito. Ganhou porque a eleição lá tem segundo turno, se fosse em turno único estaria fora. Tanto o Márcio Lacerda quanto o Romualdo são pessoas do mais alto padrão ético, mas padece do mesmo pecado aos olhos do eleitor: empatia popular. Se for candidato e ganhar, fará uma das melhores administração que Unaí já teve. 

quarta-feira, 7 de março de 2012

Ter a máquina nas mãos: Ajuda ou atrapalha.

Ficheiro:Melting icecubes.gif
Processo entrópico
É comum ouvirmos dizer que fulano é forte por ter a máquina administrativa nas mãos. Em Unaí dizem que o Sr. Branquinho é forte por estar no poder, ter a máquina em suas mãos e coisa e tal; é verdade que a máquina ajuda, mas afinal o quê se entende por máquina? é o conjunto de ações que a prefeitura pode desenvolver durante o período ou ano eleitoral. 

Analizando cada fator que compõe este conjunto poderemos ver que eles são mais desfavoráveis do que favoráveis ao Sr. Branquinho. Primeiro, não existe "máquina nas mãos" sem ter o conjunto dos servidores absolutamente ao seu lado e isto ele não tem; ter o caixa abarrotado de dinheiro para transformar a cidade e o município em um canteiro de obras significativas para a população e não apenas obras maquiadoras; ter uma administração atual que entre na campanha com pontos fortes e não em sinal de entropia; Ter crédito com a população pelo fato de ter realizado boa parte das promessas anteriores.

O relacionamento com os servidores não foi um fator favorável à atual gestão e toda a indignação recai sobre as costas do vice menos do que ao titular; em Unaí há um paradoxo comportamental, o plantador de feijão (prefeito) é mais mineiro do que o mineiro (vice) que não sabe ser mineiro. Pelo que sabemos os cofres da prefeitura não está com esta grana toda, tem alguns trocados para fazer algumas obras sem grande impacto; o alardeado levantamento da estrada de Palmeirinha está licitada por duzentos mil, mas sem o levantamento e manilhamento necessário, será apenas uma tapagem de buracos. A empresa que ganhou a licitação é persona nom grata em Buritis por seus péssimos serviços desenvolvidos na cidade. A atual administração começa a perder o encanto da população num momento crítico para as pretensões do Sr. Branquinho, ou seja, o inferno astral está apenas começando. 

O seu maior trunfo eleitoral foi a troca de partido e é bem provável que não surtirá o efeito esperado: a deferência do governador por sua candidatura. Com a entrada do Delvito no certame poderá ser o fim das pretenções tão sonhada do Sr. Branquinho. Com as duas candidaturas situacionistas em ação é um prato cheio para um candidato de oposição; se lá pelo mês de Setembro houver um embolamento destes três candidatos pode ter certeza que o governador tirará a candidatura do Branquinho se ela estiver menos competitiva do que a do Delvito, o que é bem provável. Muita água rolará por debaixo das mal conservadas pontes de Unaí.      

terça-feira, 6 de março de 2012

Abusos na pré-campanha em Unaí.

Suspeito que a Justiça Eleitoral terá muito trabalho na campanha eleitoral de Unaí. A pedição de votos de forma descancarada na pré-campanha está aí para todos verem. O mais grave é o uso da máquina pública por determinado secretário em troca de votos. É comum ouvir de forma direta que vai votar em fulano por ele ter levado máquinas à sua propriedade para fazer determinado serviço particular; sugundo um destes eleitores, "vou votar em fulano porque ele fez um serviço pra mim que eu não teria condições de fazer por ficar muito caro"; palavra do secretário sobre outros mimos eleitorais: "fiz, tá feito e daí?" 

A justiça eleitoral é rígida com estes desvios de condutas por parte dos servidores públicos no exercício de funções de comando. Estes servidores poderão ser condenados a ressarcir o erário do próprio bolso e ficar inelegível por um bom tempo.  

É prudente os pré-candidatos ficarem atentos e se policiarem em eventos públicos nas divulgações de seus nomes fora da seára partidária. Exortações do tipo "se vocês confiarem em mim novamente"; "vou fazer o melhor governo que a cidade já teve"; "o futuro será melhor que o presente"; "a partir do ano que vem vamos fazer diferente". Todo cuidado é pouco, pois hoje a produção de provas é extremamente fácil e pessoas dispostas a esta produção encontramos aos montes.