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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Rebaixamento Americano.



Neste momento em que as economias das nações desenvolvidas se desmancham em crises financeiras e também de credibilidade, gostaria de contribuir com o debate local sobre o tema. Começo repetindo o excelente Adriano Versiani: não sou economista, cientista político e muito menos versado em comércio internacional. Pra começar seria bom refletirmos sobre as palavras do Norberto Bobbio em "Liberalismo e Democracia" onde diz que não há Liberalismo sem Individualismo. E os EUA é o país mais liberal do mundo e portanto o seu povo é o mais individualista entre todos os povos.

O Liberalismo teve seu momento necessário (não há alguém que um dia não tenha andado com o adversário) quando se contrapôs ao estado absoluto, pois o povão também eram contra tal regime, caminharam juntos. Só que os liberais não ambicionavam apenas o estado de direito e sim, também, o estado mínimo. O povão gritavam pelo estado de direito, mas o estado mínimo não lhes interessavam. Hoje a política dos EUA está dividido entre Republicanos e Democratas; os primeiros, liberais extremados e os segundos podemos chamá-los de adeptos do estado necessário. Leia aqui as maldades do governo Ronald Reagan.

Segundo a cartilha do liberalismo, o direito individual sobrepõe ao direito coletivo; o estado  deve cuidar e proteger o indivíduo e não a sociedade. Só que lá o indivíduo de direito é aquele de posses, estes sim, com todos os direitos. Para uma melhor compreensão, leiam Bobbio em Liberalismo e Democracia e também Max Weber em A ética protestante e o "espírito" do capitalismo. 

Endividamento americano       

Muito se pergunta por que um país como os EUA têm uma dívida externa tão absurda e por que os países e principalmente o Brasil colocam lá seus dolores? primeiro é preciso entender que cada país precisa buscar alguma remuneração para suas reservas em moedas externas; e para estas aplicações exigem-se uma economia sólida, um rating (risco) mínimo e reputação internacional. E os EUA são detentores de todos estes atributos além de serem donos da moeda DOLAR e poderem fabricá-la como se fabrica outro produto qualquer. 

Para entender melhor, vamos ver o caso do Brasil. As reservas internacionais do país são formadas através dos superávits: exportações menos importações, transações correntes e turismo, tudo isso juntos formam o balanço de pagamento. Este superávit é aplicado em títulos da dívida americana e portanto, o Brasil ajuda os EUA a fecharem suas contas no final do mês e onde eles gastam (ou gastaram) toda esta dinheirama toda? em guerras, na corrida armamentista e na espacial. A verdade verdadeira é que o mundo precisa de uma economia central forte e perdulária para receber todo este fluxo financeiro internacional. 

Por que o Brasil não emprega suas reservas no mercado interno? porque já estão empregadas. Analisemos: quando o nosso plantador de feijão vende suas safras lá pro Sudão, ele recebe dolares e os tracam por Reais e aplicam no mercado brasileiro e o Banco Central fica com os dolares retidos, mas seus valores correspondentes em R$ estão no bolso do plantador de feijão. Utilisar de novo o mesmo dolar no mercado interno é duplicidade, só pode ser contabilizados como reserva internacional. 

E se os EUA derem calote em seus credores? será a bancarrota geral, quebra a finança  mundial. Tanto é que agora com o rebaixamento da confiabilidade da dívida americana os países reforçaram a compra dos papéis americanos. Não seriam o caso de todos abandonarem os americanos como fazem com a Grécia, Espanha, Portugal e outros em crise? é diferente, estes são apenas as canôas e os EUA são o lago.
Aceito correções. 

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