Por Ana Maria Campos, et al.
Eduardo Pedrosa, irmão da distrital Eliana Pedrosa, teria oferecido R$ 400 mil para lobista gravar depoimento acusando Agnelo Queiroz. Depois, Daniel Tavares recuou e filmou nova versão negando as denúncias.
Irmão de deputada por trás de vídeo
Eduardo Pedrosa teria oferecido R$ 400 mil e uma mesada a Daniel Tavares para que o lobista gravasse depoimento incriminando o governador Agnelo. Depois, acusador voltou atrás e atacou o empresário.
Apontado como o articulador da gravação do depoimento que envolveu o governador Agnelo Queiroz (PT) em denúncia de pagamentos de propina, o empresário Eduardo Pedrosa, irmão da deputada distrital Eliana Pedrosa (PSD), é um personagem que há anos atua nos bastidores da política do Distrito Federal. De acordo com relato do lobista Daniel Almeida Tavares, o caçula da família Pedrosa foi o mentor da ideia de registrar em vídeo o testemunho contra o chefe do Executivo, em uma espécie de interrogatório conduzido pela deputada Celina Leão (PSD). Ex-presidente regional do PL, ele participou de negociações importantes na Câmara Legislativa e foi um dos responsáveis em 2004 pela eleição do então deputado Fábio Barcellos (ex-PFL, hoje PDT) para a presidência da Casa, contra a vontade do governador à época, Joaquim Roriz.
De acordo com o último depoimento de Tavares, feito à TV Record, Eduardo Pedrosa ofereceu a ele R$ 400 mil, além de uma mesada durante um ano, para apresentar uma versão que comprometesse Agnelo. Em 33 minutos de depoimento, o lobista disse com detalhes ter feito uma transferência eletrônica para a conta-corrente de Agnelo em 2008, quando ele era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a título de retribuição por atestado assinado pelo hoje governador do DF em benefício da empresa União Química. "Chegou até mim o senhor Eduardo Pedrosa, irmão da deputada Eliana Pedrosa, e me levou até a casa dele, à beira da terceira ponte, e me fez essa proposta", disse o lobista, que acrescentou: "Eu falei tudo aquilo que eles queriam ouvir e todos os pontos que foram colocados foram pontos plantados pelo senhor Eduardo e a senhora Celina Leão para prejudicar o governador".
Quem conhece Eduardo Pedrosa não duvida de que ele tenha tentado convencer Daniel Tavares a atacar Agnelo. Ele tem atuado nos bastidores contra o governo de Agnelo, a quem considera um adversário político, uma vez que a irmã dele não tem espaço de poder. Pelo contrário, a distrital, hoje no PSD, enfrenta um embate duro com a deputada Arlete Sampaio (PT), atual secretária de Desenvolvimento Social, que promove uma verdadeira caça às bruxas na administração da antecessora. Eliana Pedrosa comandou a secretaria durante o governo de José Roberto Arruda, entre 2007 e 2010. Para se contrapor ao governo atual, Eduardo Pedrosa tem participado de decisões políticas envolvendo o mandato não só da irmã, como de Celina Leão.
No Twitter, Eduardo Pedrosa não esconde a contrariedade com a administração de Agnelo. "Vamos nos levantar contra essa ditadura imposta pelo PT, temos consciência e inteligência. Chega de deixar a mentira deles virar verdade", disse há quatro dias o empresário no microblog. Eliana e Celina negam pagamento ao lobista. Elas dizem que Tavares pediu dinheiro, mas não teria sido recompensado pelo relato contra Agnelo. Em novo depoimento apresentado pelo líder do PT na Câmara Legislativa, Chico Vigilante, Tavares confirmou a versão do governador, segundo a qual o depósito de R$ 5 mil se refere à devolução de um empréstimo tomado com ele num momento de dificuldade. "Várias pessoas de Brasília, de fora de Brasília, me ofereceram para falar contra o governador Agnelo. Eu não fiz isso, eu não fiz isso. Tenho um apreço muito grande pelo governador, foi uma pessoa que me ajudou no passado", disse Daniel Tavares.
Atuação política
Durante as negociações para a eleição de Fábio Barcellos, Eduardo Pedrosa cuidava pessoalmente de evitar que os distritais conversassem com Roriz. Ele entregou um celular para cada parlamentar que se dispôs a votar em Barcellos contra o nome da preferência do então governador, Pedro Passos (PMDB). Todos os deputados permaneceram isolados numa casa para evitar pressões até o momento da votação na Câmara Legislativa. Roriz ficou furioso e terminou derrotado. Preso em 2004, durante a Operação Vampiro, o irmão de Eliana Pedrosa foi acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações para compras de hemoderivados no Ministério da Saúde. Ele nega participação nos crimes.
Durante as negociações para a eleição de Fábio Barcellos, Eduardo Pedrosa cuidava pessoalmente de evitar que os distritais conversassem com Roriz. Ele entregou um celular para cada parlamentar que se dispôs a votar em Barcellos contra o nome da preferência do então governador, Pedro Passos (PMDB). Todos os deputados permaneceram isolados numa casa para evitar pressões até o momento da votação na Câmara Legislativa. Roriz ficou furioso e terminou derrotado. Preso em 2004, durante a Operação Vampiro, o irmão de Eliana Pedrosa foi acusado de participar de um esquema de fraudes em licitações para compras de hemoderivados no Ministério da Saúde. Ele nega participação nos crimes.
Eduardo Pedrosa sempre agiu nos bastidores, mas há uma expectativa no meio político de que ele saia candidato a deputado distrital para herdar o eleitorado e a base da irmã, caso Eliana decida concorrer a um mandato de senadora, ou governadora ou consiga ser indicada para uma vaga no Tribunal de Contas do DF, caminho mais difícil em virtude da posição contrária ao governador Agnelo Queiroz, a quem caberá uma participação na escolha do novo conselheiro.
Depoimentos negados
Ontem, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados rejeitou dois requerimentos, feitos pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (PSDB-PR), para que o governador Agnelo fosse ouvido no Congresso. Na Câmara Legislativa, a Comissão de Assuntos Sociais também derrubou os pedidos de convocação dos secretários Rafael Barbosa (Saúde) e Paulo Tadeu (Governo), além do policial militar João Dias, para que prestassem depoimento sobre supostas irregularidades em convênios do Ministério do Esporte com organizações não governamentais do Distrito Federal.
Ontem, a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados rejeitou dois requerimentos, feitos pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e Fernando Francischini (PSDB-PR), para que o governador Agnelo fosse ouvido no Congresso. Na Câmara Legislativa, a Comissão de Assuntos Sociais também derrubou os pedidos de convocação dos secretários Rafael Barbosa (Saúde) e Paulo Tadeu (Governo), além do policial militar João Dias, para que prestassem depoimento sobre supostas irregularidades em convênios do Ministério do Esporte com organizações não governamentais do Distrito Federal.
2 comentários:
E eu,que ja trabalhei pro SR Eduardo Pedrosa,na empresa PHOENIX SEGURANÇA 5 anos e meio.Um camarada totalmente arrogante,uma das memorias que eu tenho deste cidadao foi na primeira eleiçao de sua irmã.Nsso salario e decimo terceiro, tudo atrsado o nosso sindicato acho que o segundo melhor do DF,tivemos que acionalos.O chico vigilante,nos deu uma tremenda força naquela ocasiao,o mesmo foi ate agredido pelo sr Eduardo Pedrosa,ai nao deixamos barato o pau quebrou.Dois dias depois nosso salario tava na conta e nós fomos perseguidos varios meses dentro da empresa,ele ja dizia na época que odeia petista,ja eu virei fã por causa do Deputado chico vigilante.
Os números não mentem. Demonstram que a acusação a Arruda é uma grosseira manipulação, que só serve aos criminosos. Senão, como se sustenta essa versão, quando as informações oficiais mostram, ao contrário, que foi Arruda quem estancou a sangria dos cofres públicos, promovida por Roriz e Durval Barbosa?
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