Depois de ver a entrevista de Gilmar Mendes na TV Globonews contando a "sua versão" do encontro de Lula, a história já mudou completamente de figura.
Na sua narrativa, ele simplesmente desmentiu a revista Veja, e mostrou-se inseguro com a CPI do Cachoeira.
A repórter pergunta: - Em algum momento [houve] a situação
realmente de oferecer uma blindagem em relação às investigações que
ocorrem no caso Carlinhos Cachoeira?
Gilmar desmente a Veja: - NÃO! A questão não se coloca dessa forma...
Com isso a versão de Jobim, a nota de Lula e até mesmo esta entrevista
de Gilmar, confirmam que não houve proposta indecorosa nenhuma, e a
revista Veja mentiu (ainda que Mendes tenha deixado a mentira correr
solta durante o fim de semana, alimentando boatos).
Gilmar continuou contando sua versão na TV, mostrando que Lula
conversava sobre a CPI como assunto político do momento, e do jeito que
ele (Gilmar) falou, foi ele mesmo quem vestiu a carapuça e se meteu a
dar explicações sobre seu relacionamento com Demóstenes e Cachoeira, por
conta própria. Eis a transcrição da entrevista do ministro do STF:
- A rigor o presidente tocou várias vezes na questão da CPMI... no domínio que o governo tinha sobre a CPMI...e aí eu entendi... Eu depreendi, que ele estava inferindo que eu tinha a dever nessa matéria de CPMI, então eu disse a ele
com toda franqueza: presidente, deixe eu lhe dizer uma coisa, parece
que o senhor está com alguma informação confusa ou o senhor não está
devidamente informado. Eu não tenho nenhum relação, a não ser relação de
conhecimento, e trabalho funcional com o senador Demóstenes... E aí
ele, um pouco ficou assustado, e disse: Mas não tem? E essa viagem de
Berlim? Aí então eu esclareci essa viagem de Berlim, que era uma viagem
que eu fizera, a partir de uma atividade acadêmica que eu tivera na
Universidade de Granada, me encontrara com o senador em Praga, isso foi
agendado previamente, ele tinha também uma viagem para Praga, então nos
deslocamos até Berlim, onde mora a minha filha. Até brinquei, eu vou um
pouco a Berlim, como o senhor vai a São Bernardo.
No Jornal Nacional, a versão sobre pedido para adiamento do mensalão, também é desmentida:
- Não houve nenhum pedido específico do presidente em relação ao mensalão. Manifestou
um desejo, eu disse da dificuldade que o tribunal teria. Ele não pediu a
mim diretamente. Disse: ‘O ideal era que isso não fosse julgado’. Então
eu disse: ‘Não, vamos torcer para que haja um julgamento, e é tudo que o
tribunal quer, e essa é a minha posição em matéria penal, é muito
conhecida.”
Na Globonews ele fala algum detalhe a mais, onde Lula teria
analisado consequências políticas e não jurídicas, de fazer o julgamento
simultaneamente à campanha eleitoral.
Com isso, ainda que eu não confie muito na "memória" de Gilmar Mendes, o
que haveria é o relato de uma opinião pessoal de Lula, sobre as
consequências políticas de fazer o julgamento simultaneamente à campanha
eleitoral. É um direito de Lula ter sua opinião e expressá-la, como de
qualquer cidadão.
Se alguém achar que ter opinião é fazer "pressão", então os senadores e
deputados da oposição, os barões da mídia, que todo dia cobram data do
julgamento, também estão fazendo pressão, inclusive com mentiras, sobre
prescrição de crimes que só ocorreria em 2015.
Se alguém errou ao entrar na conversa do "mensalão" foi Gilmar Mendes.
Ele nem precisaria ter argumentado. Como magistrado que irá julgar a
causa, deveria simplesmente dizer que sente-se impedido de discutir o
assunto e deixar Lula e Jobim conversarem entre si sobre esse assunto.
Em outra entrevista, ao UOL, Gilmar afirma que foi ao encontro porque há algum tempo tentara visitar Lula e não conseguia.
Isso também desmente a Veja. Pois não foi Lula quem procurou Gilmar.
A assessoria de Lula marcou o encontro, solicitado há muito tempo por
Gilmar.
Se Lula estivesse empenhado em fazer lobby sobre o julgamento, não teria demorado tanto tempo para marcar o encontro.
Como se vê, Gilmar Mendes apavorou-se com seu nome citado na Operação
Monte Carlo da Polícia Federal, e plantou fantasmas em uma conversa
informal com Lula. Infelizmente, passou a espalhar boatos por aí, que
chegou à versão difamatória da revista Veja.
E agora? Quem falou demais por aí, acusando Lula de ter "pressionado"
para adiar o "mensalão" e oferecido "proteção" na CPI, vai, pelo menos,
pedir desculpas?
6 comentários:
Meu caro amigo Geni, uma revista que tem um contraventor chamado Carlinhos Cachoeira colaborando com a edição da mesma, não pode ser levada a sério. Essa revista perdeu a credibilidade já há algum tempo.Um abraço amigo Geni.
A velha mídia, amigo Geni, capitaneada pela Veja (pautada por arapongas e pelo Cachoeira) nunca suportou governos trabalhistas e progressistas. Como disse o PHA no Conversa Afiada, a elite de São Paulo nunca engoliu Getúlio. Por isso tentou derrubá-lo em 1932. Estão tentando o golpe desde a eleição de Lula, em 2002. O problema deles é que os governos trabalhistas estão tendo respaldo popular e a mídia já não controla a informação. O golpe falhou mesmo. Um abraço!
Interessante que mesmo sabendo que sabemos das mazelas a velha mídia insiste em pregar seus bordões. Hoje li o editorial do Estadão e eles dizem que a candidatura de Haddad foi imposta por Lula. Ora dizem que quem impõe é Zé Dirceu, ora dizem que é Lula. Incoerentes. Mal intencionados.
" Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma" - Josefh Pulitzer.
E A REVISTA VEJA MEU AMIGO GENI, faz este papel muito bem. Abraço à todos.
Geni, você sumiu. Essa eu sei que você vai ler e pensar um pouco.
O Padre Simonides de prefeito não tem chance,de vice do Valdivino também não, pois Valdivino não se elegerá. De vereador o Padre Simão tem grandes chances e ainda pode levar mais um ( você ).Já que não vamos ter prefeito e nem vice, vamos concentrar forças para eleger dois vereadores.
Engraçado, este comentário tem a cara do Sr JGB. Estamos de olho.
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