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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Estamos esperando o quê? III.

Até agora pouquíssimas pessoas confirmaram participação neste evento. O JA3 pediu que todos os interessados confirmassem suas participações mediante email e por telefone, até agora, nada. Como final de ano é extremamente corrido, eu mesmo estou com dificuldades até o final do ano, pois fui convocado pela UnB (onde trabalho) para trabalhar nos dias 04 05/12/10 no PAS, depois vem o Vestibular e outros eventos. No sábado, 04/12, é dia dos adventistas ficarem concentrados toda a tarde e só fazerem as provas após o por do sol, e eu estarei responsável por eles toda a tarde e a noite. 

Não sei se seria o caso de um adiamento desta primeira reunião. Não da idéia. Como a confirmação até agora se resume aos autores da idéia, o adiamento não traria nenhum prejuízo ao evento. Se não for interessante, farei o possível para estar presente. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Estamos esperando o quê? II.

Muitas mudanças estão ocorrendo em nosso país e muitas das vezes nós não as percebemos. Na área da cominicação social existe algo novo no ar ganhando dimensões que joga por terra aquele conceito de opinião pública. O Blogueiro unaiense, Paulo Gilberto, com sua acuidade intelectual foi muito preciso ao discorrer sobre opinião pública X opinião publicada.Veja aqui.

Está marcada a nossa primeira reunião do "grupo de Jacylândia", dia 04/12/10 às 09h30min, no clube dos Servidores do Município de Unaí. Pela animação e aceitação desta idéia, formação do grupo de estudo, algumas questões precisam ser discutidas e aprovadas nesta primeira reunião:
1 - um regimento mínino que possa nos unir;
2 - estabeler princípios elementares, tais como: intolerância ao preconceito de qualquer ordem, apartidário, ecumênico, etc;
3 - eleger uma diretoria ou coordenadoria;
4 - pensar em uma divulgação impressa e eletrônica própria.
5 - contribuição, pois teremos custos.

Se este grupo ganhar relevãncia, é necessário que seus pensamentos e posicionamentos cheguem ao grande público unaiense e nada melhor do que um jornalzinho e um portal na internet.

Se acharem que estou colocando o carro à frente dos bois... não sei. Aceito as possíveis críticas

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Estamos esperando o quê?

Muito se tem falado da falta de renovação política em Unaí. A falha está em quem? Neles? (os velhos políticos), ou em todos nós? acredito que em todos, todos temos nossa parcela de culpa. É fácil criticar e ficar parado, devemos nos movimentar, nos reunir, propor, sugerir, debater. Está na hora de formarmos um grupo suprapartidário, e de pessoas sem partido, para buscarmos afinidades no tocante à problemática unaiense; temos pessoas de alta capacidade em nossa cidade, vamos começar com a geração de 50 prá cá.

Neste grupo devemos ter pessoas como o Paulo Gilberto, o Zé mª da Ambulãncia, o Zé Antônio, o Vilmar da Tabocas, o Dilvânio, o Valdivino, o Jaime, o Rodrigo Rodrigues, o Prof. André, o Adriano Versiani etc, e etc.. começaremos sem pauta definida, vamos primeiro nos conhecer, conversar sem compromisso, sem direcionar apoio a ninguém, tomar uma cervejinha, degustar um churrasquinho. O certo é que precisamos deste hábito de comportamento transversal.

Quando um grupo de pessoas se reunem periodicamente muitos conceitos e preconceitos são revisados, um acaba complementando o outro onde todos crescem e quem ganha é a cidade, a sociedade que passa a ter pessoas mais enganjadas e comprometidas. Quando em época de renovação ou confirmação dos mandatos, eleições, já entramos conhecendo em profundidade os posicionamentos dos candidatos. Passaremos a ter propostas definidas e debatidas e aí a eleição deixará de ser um cheque em branco, um tiro no escuro, ou seja, deminuir-se-a as manobras dos aventureiros.

Quando das reuniões quero estar sentado lá na última fila como um observador atento e interessado. Terei muito o que aprender com todos. Mãos à obra!          

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

E, D e C criam indignação em B e A.

Sempre ouvimos que o Brasil é um dos países do mundo mais injusto economicamente. Que a distribuição de renda era necessário, só que agora há esta tal de distribuição de renda tão decantada nas rodas sociológicas. Só que a distribuição de renda leva à mobilidade social, estes mobilizados passam a usufruir e ocupar espaços que antes não utilizavam (avião, praias, shopings, carros), só que agora os pseudos donos do brasil não querem dividir os espaços com os novos entrantes sociais. Veja este vídeo e tire suas conclusões. 

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reflexões sobre a greve dos Servidores municipais de Unaí.

Por Adriano Versiani
Tenho andado ultimamente em Unaí e, curiosamente, perguntado a um sem número de pessoas sobre a atual greve dos servidores públicos, diante disso, tenho ouvido todo gênero de posicionamentos, chama a atenção os que são contrários a greve, pois são do tipo: “esse pessoal é baderneiro só querem ficar uns dias sem trabalhar”, “vamos fazer um abaixo- assinado para que esse pessoal não faça bagunça aqui.”
No meu modo de pensar -- e já digo, de saída, que não moro em Unaí, portanto não tenho acompanhado a greve de perto -- essa é uma posição atrasada, arraigada na mente de certos segmentos da população de Unaí, isso nada mais representa do que o resquício de um pensamento coronelista, que acaba gerando uma forma individualista de ver as coisas, ultra capitalista e até démodé.
Na verdade, eles queriam mesmo é dizer que servidor público não deve fazer greve, que recebem muito bem, que greve é coisa de vagabundo, queriam proclamar, em público, o que está no âmago de suas consciências, porém, isso não é politicamente correto.
No ano de 1.995, na França, houve uma grande onde de greves do funcionalismo público, um pouco mais consistente do que essa mais recente, e o motivo foi o projeto apresentado para reforma do sistema de seguridade social, houve paralisação dos mais diversos meios de transporte e a greve teve repercussão mundial, por fim, já no final do ano de 1.995 a greve registrou seu sucesso, as reivindicações foram atendidas, o movimento sindical que já estava em decadência foi fortalecido, ou seja, o sucesso da greve produziu efeitos benéficos a toda sorte de trabalhadores.
O que quero dizer com isso é que a greve é válida e, em um contexto como esse de Unaí, trará inúmeros benefícios, o fortalecimento da classe dos servidores públicos indica independência funcional diante da administração, indica que mais vale um bom trabalho do que a politicagem, o casuísmo, o individualismo.
A doutora Andrea Galvão, em debate sobre a greve francesa, nos dá interessante ensinamento sobre esse fantástico movimento: “Ao contrário do que sustentam os arautos da terceira via, o movimento grevista inaugura uma nova fase do sindicalismo, de recusa e “desfatalização” do liberalismo, ainda que o nível de sistematização desse anti-liberalismo seja frágil. Embora disperso e não sistematizado, esse anti-liberalismo se traduz não apenas na recusa da reforma pretendida pelo governo mas também num saldo ideológico positivo, que possibilitou a reemergência do pensamento de esquerda no país. Em tempos de glorificação dos mercados, optar pelos caminhos da resistência e da crítica, recusando e desmitificando as ilusões propagadas pelo “social liberalismo”, já é um trabalho digno de nota.”
Daí, meu Caro Geni, fica expresso meu sentimento de felicidade diante da greve que ocorreu ou ocorre em Unaí, movimento ímpar, talvez único na história do nosso município, que, com certeza, se transformará em bons frutos para nossa sociedade.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Treinamento para 2012.

Não há como não rir desta situação parlamentar no parlamento europêu. Que me desculpem aqueles que só querem assunto atinente à Unaí. Como observou o Paulo Gilberto, como agiria o nosso Paulo Mello numa situação dessa na tribuna da camara de Unaí?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Ferrovia Unaí-Pirapora

Deputado José Santana defende construção da Ferrovia Pirapora-Unaí

O deputado José Santana ocupou a tribuna da Câmara para defender a construção de um ramal ferroviário entre as cidades de Pirapora e Unaí – uma reivindicação antiga dos produtores rurais do Norte e Noroeste do Estado.

Segundo o parlamentar, a obra é de extrema importância para o desenvolvimento econômico dessas regiões. “A Ferrovia vai criar um corredor logístico, possibilitando uma nova fronteira agrícola no Estado, além da redução de custos que trará avanços para o agronegócio”, explica.

José Santana cita o exemplo da região Noroeste, que tem grande potencial para se transformar em uma nova fronteira agrícola do país, apesar dos desafios da logística. “É uma região que atrai muitos investidores por ter muita terra plana e fértil”, diz.

O município de Unaí é hoje o maior produtor de grãos do Estado, com cerca de 730 mil toneladas por ano. Buritis e Paracatu também estão entre os primeiros colocados nesse ranking.

O ramal ferroviário compreende um trecho de 285 quilômetros. Em 2006, a obra foi orçada em R$ 315 milhões, mas não foi assumida pelos Governos Estadual e Federal e, muito menos, pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada da Vale S/A, que possui a concessão da rede até Pirapora.

O deputado José Santana cobrou das autoridades responsáveis à adoção de medidas adequadas para efetivar a demanda. “É preciso vontade política para desengavetar esse projeto. O potencial para desenvolvimento da agricultura nas regiões Norte e Noroeste deve ser acolhido com carinho pela União, pelo Estado de Minas e pela iniciativa privada”, ressaltou.


Erika Hollerbach
Assessora de Imprensa Deputado José Santana

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Fábrica de líderes.

Unaí é uma cidade que vive politicamente do passado. Todas as nossas lideranças remontam ao pretérito. As existentes são fruto do ocaso e da inércia do processo: alguém teria de estar onde elas estão. A cada eleição alguém terá de ser eleito; a grande pergunta é: estes que aí estão foram forjados onde? em que lutas? quais causas advogaram? que movimentos lideraram? Eu digo, nenhum! Em Unaí impera a burrice política, temos sindicatos com medo de fazer política, cooperativas apolíticas, gremios estudantis só para promoverem festas, presidentes de associassões que só sabem pedir. Temos várias fábricas de lideres, mas  nenhum forno.

Se olharmos para dentro do legislativo municipal, não vemos ninguem com capacidade de liderar, aquele que possamos dizer "você será um dia nosso prefeito". Temos o Zé da Estrada que poderia encarnar este sonho, mas a miopia política tem tirado dele esta possibilidade maior. Infelizmente a visão política do Zé da Estrada é ad hoc, não consegue visualizar o longo prazo, algo só comparado ao jeová Costa.

Fora do legislativo e do executivo existem nomes, bons nomes mas nenhum com a vontade do Valdivino, com o destemor do Veizin, com a oratória do Sain'tClair e com o currículo do Romualdo. Ou seja, nenhum nos enchem os olhos. Temos o André do Colégio Agrícola, excelente nome, ético, bom conhecimento filosófico, de fino trato e leal. Mas não tem nenhuma vocação para líder, para estar à frente, está mais para liderado do que para liderar. Tem importantes apoios: Toninho Andrade e Paraca. Temos também o Paulo Gilberto, o dito para o André pode copiar e colar para o PG, menos os apoios. O Zé Inácio é caudatário do irmão, embora melhor do que este.

Outros nomes foram aventados aqui no Blog pelos debatedores, mas de tão populares, não os conheço. Em um misto de bricandeira e verdade, digo que como recambiamos o Sain'tClair para ser prefeito e depois o seu sucessor, importamos o plantador de feijão, não seria nada demais convocarmos alguém de fora para nos salvar. Dentro deste cenário não será difícil alguém ainda levantar o nome do Zé Bráz. Já ouvi isto na boca de muitos eleitores; porque trazem de volta o ZB? porque olham em volta e não enxergam ninguém. É lamentável!!!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Voto acéfalo.

Até agora não consigo entender a votação obtida pela candidata verde(?) Marina. Não é de fácil entendimento um partido sair das urnas em uma campanha nacional com algo em torno de vinte milhões de votos  (20% dos votos válidos) e sua bancada na Câmara Federal não aumentar uma cadeira se quer. Pelo contrário, perdeu uma, entrou com quinze e saiu com quatorze. 

Quais foram os motivos fundamentais utilizados por estes eleitores ao sufragarem uma candidata majoritária e negarem-lhe a governabilidade? Pois todos tinham em mente a possibilidade da Marina ascender ao segundo turno e disputar com a candidata situacionista Dilma Rousseff, seria lógico que pelo menos uma parcela significativa votassem na candidata e também em seus candidatos à Dep. Federal e Senadores. O PV saiu desta eleição menor do que a entrada.

Vamos imaginar o cenário, catastrófico, de uma eleição da Marina à Presidente com uma bancada Federal de apenas quatorze Deputados. Com quem ela iria governar? Estaria, ela, muito enganada em ter o PT a seu lado; quem ganha governa, quem perde faz oposição fiscalizatória. Teria sim, o PSDB, DEM, PPS, PTB e parte do PMDB. Ou seja, teria que governar com os ruralistas e ainda pagar caro por seus apoios. Dentro deste cenário, qual seria a real possibilidade dela implementar seu programa de governo fundamentado na sustentabilidade ambientel e em constante litígio com o desenvolvimento do país? Esta possibilidade seria simplesmente zero com esta base de apoio.    

Voto não é apenas digitar alguns números e confirmar, é o resultado da sua visão sobre seu bairro, seu município, seu estado, seu país e até mesmo de sua visão de mundo. Não estou querendo mostrar que os eleitores da Marina estavam errados ao cravar seu número, 43; mas quero afirmar que foram absolutamente inconsequentes ao não tentarem dar a ela a possibilidade de sustentação de seu possível governo. A candidatura da Marina fez mal ao PV, ficou menor.  

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Vitória da estratégia

Com o fim do processo eleitoral e com o resultado positivo, várias das motivações que tinhamos para escrever perde agora seu objeto. Em eleição quem ganha se cala e vá trabalhar e os perdedores se estrebucham em busca das justificativas e vão tentar cicatrizar as feridas da derrota. Neste caso, mais do que previsíveis. Sem muito ânimo para escrever, gostaria de refletir algumas questões do resultado eleitoral do dia 31/10/10.

Uma destas é o preconceito contra o povo nordestino. Ouvi asneiras em Unaí sobre a grande vantagem dada a Dilma na região nordeste: Mais de dez milhões de votos. Se formos analizar direitinho veremos que o Serra perdeu a eleição em casa, na região sudeste. Onde ele ganhou, ganhou fraco, de pouco e onde perdeu, perdeu de muito, de goleada. Só para ter uma idéia, MG e RJ neutralizaram toda a vitória do Serra onde ganhou. Veremos:

Nas regiões norte e nordeste Dilma teve um saldo positivo de doze milhões de votos, vamos deixá-los de lado, na poupança. No Sul o Serra teve um saldo positivo de Um milhão duzentos e vinte e seis mil e quatrocentos e oitenta e cinco votos (1.226.485), no Centro oeste teve um saldo positivo de duzentos e setenta e nove mil, setecentos e quarenta e cinco votos (279.745), somados  dão um saldo de um milhão, quinhentos e seis mil e duzentos e trinta votos (1.506.230); a Dilma teve na região Sudeste um saldo positivo de um milhão, seiscentos e trinta mil, seiscentos e quatro votos (1.630.604). Ou seja, a Dilma não usou um só voto da poupança colocado pelo saldo do Nordeste e Norte. Pelo contrário, acrescentou cento e vinte quatro mil e trezentos e setenta e quatro votos (124.374) que lhe daria a vitoria se o Serra tivesse empatado a eleição nestas duas regiões.

O resultado em Unaí não foi das piores. Perdemos por 2.162 votos. A campanha da Dilma poderia ter ganho a eleição em Unaí se tivesse uma estrutura e uma militância menos elitista e capaz de mobilizar. Em Unaí tem-se a idéia de que só se faz campanha com os bolsos abarrotados de dinheiro, têm-se vergonha de fazer passeatas, de andar a pé, de empunharem bandeiras. Só vão se for de carros e muitos. É o momento do exibicionismo, da ostentação, de mostrar poder($), da falta de humildade. Na minha modesta opinião o PMDB fez menos do que podia, deu a impressão do "tanto faz um ou outro", salvo algumas exceções.   

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Unaí recebe e nega!

Postagem do Paulo Gilberto no Blog Cantinho. O título é de autoria do UPT.

Unaí destoou dos demais municípios do noroeste mineiro. Aqui, venceu o candidato tucano, José Serra, como já havia acontecido nas eleições presidenci­ais pretéritas. Um fato curioso é que Luiz Inácio Lula da Silva nunca venceu em Unaí, em qualquer turno das cinco eleições que disputou desde 1989.

O perfil do eleitorado unaiense é reconhecidamente conservador, tanto que é o único Município da região que nunca elegeu sequer um vereador vinculado à esquerda. O PT jamais teve representação na Câmara Municipal. As mulheres também não têm muita representatividade, bastando lembrar que em toda a sua história contam-se nos dedos de uma mão o número de vereadoras eleitas (Anto­nia Zely, Clélia Calderon, Marisa Costa, Dorinha Melgaço e Maria Auxiliadora).

Para ficar no exemplo, o vizinho município de Cabeceira Grande conta hoje com 3 (três) vereadoras na Câmara Municipal (mesmo número da legislatura an­terior) e tem vereador eleito pelo PT. Na atual legislatura, nenhuma mulher ocupa cadeira na Câmara Municipal de Unaí.

Merece registro o fato de a Câmara Municipal de Cabeceira Grande já ter sido presidida, em 14 anos, por 5 (cinco) mulheres: Maria Alice, Dayse, Waldeth Santana, Flávia Vieira Reis e Elcana Vaz, sendo que Maria Alice presidiu o Legis­lativo por mais de uma vez.

Em Unaí, apenas duas mulheres assumiram a função de Chefe do Legisla­tivo em quase 70 (setenta) anos de história: Antonia Zely da Costa e Dorinha Mel­gaço, atual Secretária de Ação Social do Município.

O fenômeno repete-se no Executivo, já que o único Prefeito com traço ideológico mais à esquerda foi Saint’Clair Martins Souto, embora a sua eleição te­nha ocorrido em circunstâncias históricas e políticas totalmente diversas das que vivenciamos hoje.

Outro dado instigante é que engenheiros, médicos, educadores, empresári­os, comerciários, bancários e outros profissionais liberais não costumam concor­rer a cargos eletivos em Unaí. Quando concorrem, invariavelmente não se ele­gem.

O conservadorismo é tão evidente que elegemos em 2004, para grande es­panto da população brasileira, um candidato a Prefeito que se encontrava preso preventivamente e no meio de um turbilhão de acusações envolvendo o episódio que ficou conhecido como a “Chacina de Unaí”.

Definitivamente, não temos um eleitorado progressista. Isso não quer dizer que o nosso eleitor não saiba votar. É apenas a constatação de um aspecto ideo­lógico do eleitor médio unaiense.

Tanto assim que dos nomes que são ventilados para a sucessão do atual Prefeito, tanto da situação quanto da oposição, não desponta nenhum partidário de ideias político-sociais avançadas. São citados alguns advogados, produtores rurais ou pessoas ligadas direta ou indiretamente à principal atividade produtiva local, mas que se encontram na cúpula da sociedade e que têm perfil igualmente conservador.

Voltando às eleições presidenciais, alguns mais simplistas poderão dizer que Dilma perdeu porque Unaí é um Município rico em que os programas sociais do governo federal não produzem resultado eleitoral, ao contrário dos demais mu­nicípios do Noroeste.

Esse raciocínio é desqualificado, já que Paracatu é um Município mais rico que Unaí, reconhecidamente com mais estrutura cultural, e lá Dilma venceu, além do fato de partidos de centro e de esquerda constantemente protagonizarem a vida política local, como PMDB e PT, rivalizando com o PSDB (que, apesar disso, ainda não chefiou o Executivo local).

Em Paracatu, ao menos no Legislativo, é comum a eleição de advogados, contadores, médicos, professores, líderes religiosos, comerciantes, comerciários, empresários, além de produtores rurais, fato que não acontece em Unaí com a frequência que seria desejada.

É possível afirmar, portanto, que em Unaí a propaganda subterrânea contra Dilma, realizada pelos que apoiaram José Serra e disseminada pela internet, ca­lou mais fundo em razão do tradicionalismo do eleitor. Muitos acreditaram na onda de boatos sobre o PNDH3, o aborto, a fantasiosa acusação de guerrilheira, a mentira de que não pode visitar os EUA, entre tantos outros que mereceram a maior credibilidade por parte de pessoas aparentemente insuspeitas e esclareci­das.

Entre nós, infelizmente, esse tipo de terrorismo político e de boataria viceja e já foi utilizado inclusive em eleições municipais pretéritas. Por aqui, a descons­trução de biografias é tarefa mais fácil e é um método usado recorrentemente na disputa eleitoral.

Mas somente isso não explica a derrota de Dilma no Município, embora seja relevante para descortinar o que subjetivamente impulsiona o nosso peculiar eleitorado.

De qualquer modo, assim continuarão sendo as eleições por estas bandas (sejam federais, estaduais ou municipais), baseadas no conservadorismo de nos­sos cidadãos e no poderio econômico dos grupos e candidatos, até que tenhamos uma sociedade mais plural, diversificada e esclarecida.